Alenquer limpa rios para evitar cheias durante o inverno

A Câmara de Alenquer começou a limpar o Rio de Alenquer e respetivos afluentes, dentro das zonas urbanas, dando resposta a uma reivindicação das populações para evitar cheias durante o Inverno.
“Os trabalhos de limpeza efetuados com motorroçadoras encontram-se bastante adiantados”, esclareceu este município do distrito de Lisboa à agência Lusa.
Com recursos próprios da autarquia, os trabalhos foram executados na semana passada em Ribafria e estão a decorrer esta semana em Azedia, onde é necessário “retirar sedimentos depositados a montante da ponte de Azedia, procurando assim aumentar a secção de vazão e prevenir cheias nessa localidade”.
A intervenção está também a decorrer nos Casais da Ribeira, onde é preciso “efetuar algumas intervenções pontuais de poda e abate de árvores, ao longo da área de intervenção”, e no Mato, onde “foi efetuado o corte de vegetação no interior do rio, encontrando-se alguns sobrantes vegetais depositados nas margens, os quais serão recolhidos logo que possível.
Apesar de estarem fora do perímetro urbano, os troços da ribeira entre Ribafria e Casais da Ribeira “têm também sido limpos, procurando assim melhorar a capacidade de escoamento das águas, apesar do encargo da intervenção não ser exclusivo do Município”.
“Uma vez que a linha de água e a antiga Estrada Nacional 9-4 seguem quase paralelas, foi nossa opção assumir esse ónus, procurando prevenir cheias num vale que tem um histórico assinalável deste tipo de ocorrências”, justificou a autarquia.
Em julho, o município ainda não tinha iniciado os trabalhos de limpeza.
“Como este ano choveu até mais tarde, este tipo de trabalho ficou forçosamente adiado, tendo havido a necessidade de acorrer a outras situações, por ordem de prioridades”, justificou na ocasião.
Na reunião pública de 14 de fevereiro do executivo municipal, vários habitantes de Barbas solicitaram a intervenção da autarquia, tendo em conta os problemas existentes na Ribeira das Ceroulas, afluente do Rio de Alenquer que atravessa a localidade.
“O pilar da ponte faz com que os resíduos que o rio leva fiquem retidos e a água galga as margem e todos os anos temos inundações. A última mais grave foi em 2021, porque a linha de água não é limpa”, explicou Cláudia Pedro, uma das habitantes.
“Tivemos água pelos joelhos dentro de casa e na minha clínica veterinária e tivemos prejuízos gravíssimos, desde portas e mobílias que foram para o lixo”, continuou a moradora.
Moradores e União de Freguesias de Aldeia Galega da Merceana e Aldeia Gavinha, confirmaram que o problema se arrasta “há muitos anos”.
Em dias de maior pluviosidade, e face ao receio de inundações, “ninguém dorme”, para tirar automóveis das garagens e arcas frigoríficas.
“As pontes bloqueiam a passagem da água quando chove mais e deviam ser substituídas”, referiram, confirmando que já ocorreram inundações desde há vários anos, como 2006 e 2021.
A ribeira da Espiçandeira é um afluente do rio Alenquer com uma bacia hidrográfica que abarca as localidades de Palaios, Pereiro de Palhacana e Soeiro Cunhado. A partir do Cemitério de S. Miguel, a linha de água entalha em rochas calcárias percorrendo um vale ao longo de oito quilómetros, até encontrar o rio Alenquer, junto à localidade de Estalagem.
Neste troço, atravessa as localidades de Ribafria, Mato, Azenha das Machadas, Azedia, Casais da Ribeira e Espiçandeira.
O Rio de Alenquer tem ainda como afluentes os rios da Ota, Caldeira, Ceroulas, Ossa e Pancas.
A limpeza dos rios é da responsabilidade dos municípios, dentro das zonas urbanas, e dos proprietários confinantes nas restantes áreas.
observador