Ricardo Cappelli: ‘Chega de conciliação com quem conspira contra o governo’

Selecione o idioma

Portuguese

Down Icon

Selecione o país

Portugal

Down Icon

Ricardo Cappelli: ‘Chega de conciliação com quem conspira contra o governo’

Ricardo Cappelli: ‘Chega de conciliação com quem conspira contra o governo’

A recente ofensiva do Congresso Nacional e de atores do mercado financeiro contra medidas econômicas do presidente Lula (PT) indica a necessidade de abandonar a conciliação com quem insiste em conspirar contra o governo. A avaliação é de Ricardo Cappelli, ex-interventor na segurança do Distrito Federal e atual presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial.

Desde que os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), articularam a derrubada dos decretos de Lula com reajustes no IOF, governistas e petistas subiram o tom contra o Congresso Nacional.

Esse movimento coincide com o plano do Palácio do Planalto de colar em Lula a imagem da justiça social e tributária. A avaliação é que a defesa de taxação dos BBBs — bancos, bets e bilionários — pode energizar um governo carente de capacidade de mobilização.

“Há um setor no Brasil que defende o ajuste fiscal, mas quer fazer o ajuste em cima dos mais pobres”, declarou Cappelli, um dos defensores mais veementes da política econômica de Lula e Fernando Haddad (PT).

Segundo ele, essa parcela da sociedade sabe que Lula se reelegerá com facilidade se conseguir aprovar medidas como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais, com um aumento na taxação dos que recebem acima de 1 milhão por ano.

Para Cappelli, chegou o momento de rechaçar a conciliação com esse setor — inclusive com seus representantes no Congresso Nacional — e rejeitar a aposta em “acordos por cima”.

“Chega de perder tempo com quem às vezes parece estar com o governo, mas conspira o tempo inteiro contra o governo”, acrescentou. “Temos de gastar tempo conversando com o povo. É o povo que decide os rumos do País e decidirá as eleições do ano que vem. Temos de debater com o povo o que é fazer justiça tributária, social e econômica.”

A Câmara sustou os decretos de Lula com um placar elástico: 383 votos a 98. Ou seja: a base do Planalto não conseguiu reunir sequer 100 votos para salvar a medida, considerada importante pela equipe econômica.

Partidos do Centrão e da centro-esquerda que ocupam ministérios votaram em peso por derrubar o decreto:

  • União Brasil, com 2 ministérios: 58 votos contra o decreto, nenhum a favor;
  • MDB, com 3 ministérios: 41 votos contra o decreto, 2 a favor;
  • PDT, com 1 ministério: 16 votos contra o decreto, nenhum a favor;
  • PP, com 1 ministério: 48 votos contra o decreto, nenhum a favor;
  • PSD, com 3 ministérios: 27 votos contra o decreto, 1 a favor;
  • PSB, com 2 ministérios: 9 votos contra o decreto, 3 a favor;
  • Republicanos, com 1 ministério: 42 votos contra o decreto, nenhum a favor.

Fora do centro de decisões do Planalto, Cappelli aposta em ampliar sua projeção política. Pré-candidato do PSB ao governo do Distrito Federal, lança neste mês o livro O 8 de Janeiro que o Brasil não viu (Editora Intrínseca), com os bastidores dos 23 dias em que foi o interventor designado por Lula na segurança pública do DF. Em Brasília, a sessão de autógrafos ocorrerá na próxima terça-feira 8, às 19h, na Livraria Travessa do Casa Park.

A entrevista a CartaCapital, na qual Cappelli falou sobre os atos golpistas e o cenário eleitoral de 2026, irá ao ar nesta sexta-feira 4, no YouTube. Clique aqui para acessar o canal e se inscrever.

CartaCapital

CartaCapital

Notícias semelhantes

Todas as notícias
Animated ArrowAnimated ArrowAnimated Arrow