Desinformação sobre imigração bate recorde com ajuda de Portugal

Portugal contribuiu para o aumento da desinformação sobre imigração na Europa durante julho, segundo o Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digitais (EDMO).
O relatório mensal do EDMO apontou que dos 1.433 artigos intercetados pelas 33 organizações que constituem a rede de verificação de factos, 164 (11%) focaram-se em desinformação relacionada com a imigração e 119 (8%) em desinformação relacionada com alterações climáticas.
“Enquanto isso, narrativas anti-imigração recorrentes também contribuíram para essa onda de desinformação. A teoria da conspiração da islamização europeia foi alimentada por histórias falsas, como a de que o nome mais popular para recém-nascidos do sexo masculino no Condado de Galway, Irlanda, é Maomé”, sublinhou o observatório.
Além disso, “diversas notícias falsas contribuíram para a narrativa infundada de que o Estado cuida mais dos imigrantes do que de seus próprios cidadãos. Em Portugal, uma história falsa alega que os imigrantes têm prioridade na matrícula escolar sobre os portugueses; da mesma forma, na Polónia, há uma narrativa crescente focada especificamente nos imigrantes ucranianos”.
Depois de citar o nome de crianças, em escolas portuguesas, no Parlamento, o presidente do Chega considerou que Portugal se debate com um problema de inversão demográfica, quando nos nomes de uma escola já não há um João, uma Maria e um Pedro.
“Quando olhamos para os nomes numa escola e não conseguimos encontrar um André, um João, uma Maria, uma Joana, um Pedro, há um problema. Significa que está a haver uma inversão demográfica”, afirmou.
André Ventura também escreveu, nas redes sociais, que os “imigrantes chegam a Portugal, não têm emprego e os seus filhos ainda passam à frente dos filhos dos portugueses que trabalharam uma vida toda”.
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