Manifestantes exigem que a Alemanha apoie a Ucrânia no aniversário da invasão
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Manifestantes marcharam por Berlim na segunda-feira para exigir que a Alemanha apoie a Ucrânia no terceiro aniversário da invasão em grande escala da Rússia, um dia após os alemães votarem em eleições nas quais o apoio a Kiev foi um tema quente.
A Alemanha recebeu mais de um milhão de refugiados ucranianos desde o início da invasão e tem sido a maior fonte de apoio à Ucrânia depois dos Estados Unidos.
Milhares de manifestantes, muitos envoltos na bandeira ucraniana, marcharam em frente à embaixada russa a caminho de um comício no famoso Portão de Brandemburgo, que estava iluminado com as cores azul e amarelo da Ucrânia.
Gritando "A Rússia é um estado terrorista", muitos seguravam cartazes condenando o presidente dos EUA, Donald Trump, e suas recentes investidas em direção ao seu colega russo, Vladimir Putin.
A Alemanha e outros aliados europeus da Ucrânia foram surpreendidos pela disposição de Trump de se envolver com Moscou ignorando o governo ucraniano e sua hostilidade ao líder ucraniano Volodymyr Zelensky.
Outros cartazes erguidos pelos manifestantes diziam: "Nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia" e "Nenhuma paz sob ocupação russa".
'Touro agora'O apoio da Alemanha à Ucrânia foi um ponto-chave de debate na campanha para as eleições gerais, que ocorreram no domingo.
Enquanto o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), favorável a Moscou, dobrou sua parcela de votos para mais de 20%, o primeiro lugar ficou com a aliança conservadora pró-Ucrânia CDU/CSU, liderada pelo provável próximo líder Friedrich Merz.
O chanceler cessante Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD) de centro-esquerda, também apoiou a Ucrânia, mas enfatizou a importância de evitar um conflito direto entre a Rússia e a OTAN.
Ele se recusou a enviar à Ucrânia mísseis Taurus capazes de atingir profundamente o território russo, algo que Merz disse que quer fazer.
Vários cartazes no protesto de Berlim pediam que a Alemanha entregasse as armas, incluindo um que dizia simplesmente: "Taurus agora".
"Dada a forma como os EUA estão retirando sua solidariedade, bem como a situação política na Alemanha, é ainda mais importante apoiar a Ucrânia", disse a profissional de relações públicas Katja Grote, de 46 anos, à AFP no protesto.
Ela disse que apareceu para mostrar que o conflito não era apenas sobre a Ucrânia, mas "sobre o futuro da Europa e de todos nós".
themoscowtimes