Putin se encontra com Kim Jong Un, da Coreia do Norte, após desfile militar chinês

O presidente Vladimir Putin se encontrou com o líder norte-coreano Kim Jong Un na quarta-feira, após um grande desfile militar em Pequim, onde o líder russo agradeceu a Kim pela ajuda de seu país na expulsão das forças ucranianas da região de Kursk.
O desfile, que comemorou 80 anos da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, reuniu mais de duas dúzias de chefes de Estado, um grupo heterogêneo de países que desafiaram ou questionaram o domínio dos EUA em assuntos globais. O presidente chinês, Xi Jinping, presidiu a grande demonstração militar, que contou com caças, tanques, mísseis e colunas de tropas em marcha de ganso.
Após o desfile, Putin e Kim realizaram uma reunião bilateral, suas primeiras conversas presenciais desde que o líder do Kremlin fez uma rara visita à Coreia do Norte no verão passado, durante a qual os dois países assinaram um acordo de parceria estratégica que inclui uma cláusula de defesa mútua.
"Por sua iniciativa, como é sabido, suas forças especiais participaram da libertação da região de Kursk", disse Putin a Kim em declarações televisionadas. "Isso estava em total conformidade com nosso novo acordo. Gostaria de registrar que seus soldados lutaram com coragem e heroísmo."
"Nunca esqueceremos os sacrifícios feitos por suas forças armadas e pelas famílias de seus militares", acrescentou.
Kim, referindo-se a Putin como "camarada", agradeceu ao líder do Kremlin pelos elogios aos soldados norte-coreanos, acrescentando que as relações entre os dois países têm "se desenvolvido em todas as dimensões" desde que assinaram o acordo de parceria estratégica.
"Se houver algo que possamos fazer para ajudar a Rússia, então definitivamente o faremos, e consideraremos isso um dever fraternal, e faremos tudo para ajudar a Rússia", disse Kim, de acordo com uma nota do Kremlin sobre a reunião.
"Acredito que precisamos fazer grandes progressos para que tudo isso atenda às demandas dos tempos e também para que ajude a melhorar o bem-estar do nosso povo", acrescentou o líder norte-coreano.
Pyongyang só confirmou o envio de tropas para a Rússia em abril, reconhecendo que algumas haviam sido mortas em combate. Os Estados Unidos, por sua vez, acusaram o Kremlin de oferecer à Coreia do Norte tecnologia espacial e de satélite avançada em troca de apoio militar.
Na terça-feira, autoridades de inteligência sul-coreanas afirmaram que cerca de 2.000 soldados norte-coreanos destacados para ajudar a Rússia a combater as forças ucranianas teriam sido mortos. Segundo elas, Pyongyang planeja enviar mais 6.000 soldados e engenheiros, com cerca de 1.000 engenheiros de combate já estacionados na Rússia.
O desfile militar na China, que precedeu a cúpula anual da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) no fim de semana, foi visto por alguns observadores como uma mensagem de desafio à política externa "América Primeiro" do presidente dos EUA, Donald Trump.
No Truth Social, Trump acusou China, Rússia e Coreia do Norte de "conspirarem" contra os Estados Unidos. Autoridades russas minimizaram as acusações, sugerindo que o presidente americano estava sendo "irônico".
themoscowtimes