Trump assinou um acordo com a Novo Nordisk e a Eli Lilly para reduzir os preços dos medicamentos para obesidade.

Antes do acordo, os preços do Wegovy (semaglutida) da Novo Nordisk e do Zepbound (tirzepatida) da Eli Lilly variavam de US$ 500 a US$ 1.000 por mês, tornando-os inacessíveis para a maioria dos pacientes. Ao apresentar a iniciativa na Casa Branca, Trump observou que os novos termos deveriam alinhar os preços dos medicamentos nos EUA aos padrões globais e ampliar o acesso à terapia para milhões de pessoas.
O acordo prevê a implementação gradual dos novos preços: eles entrarão em vigor em janeiro de 2026 para quem paga em dinheiro e em meados de 2026 para os beneficiários do Medicare. Os pacientes do Medicare pagarão no máximo US$ 50 por mês, o que, segundo estimativas de especialistas, ampliará significativamente o acesso ao tratamento para idosos com obesidade e outras condições relacionadas. Para o programa Medicaid, os preços serão implementados gradualmente, de acordo com a adesão de cada estado ao novo modelo.
O acordo permitirá que as empresas evitem as consequências da política tarifária anunciada pelo governo Trump. Anteriormente, o presidente dos EUA anunciou sua intenção de impor tarifas de 100% sobre medicamentos de marca e patenteados importados a partir de 1º de outubro de 2025, a menos que os fabricantes comecem a localizar a produção no país. No entanto, a Casa Branca posteriormente adiou a implementação das medidas para continuar as negociações com as empresas farmacêuticas.
Em troca da redução das tarifas, a Novo Nordisk se comprometeu a investir US$ 10 bilhões no desenvolvimento da capacidade de produção e da infraestrutura de pesquisa nos Estados Unidos. Segundo autoridades da Casa Branca, essa medida fortalecerá as cadeias de suprimentos nacionais e criará milhares de empregos no setor farmacêutico.
A Eli Lilly, por sua vez, espera a aprovação de seu novo medicamento oral, o orforglipron, no primeiro trimestre de 2026. O medicamento, que já demonstrou alta eficácia e fez com que as ações da Novo Nordisk caíssem quase 10%, deverá se tornar o primeiro medicamento da classe GLP-1 disponível em comprimidos. Segundo o Deutsche Bank, o preço máximo estabelecido de US$ 150 por tratamento permitirá o acesso à terapia para 15 milhões de americanos, e o mercado de medicamentos para obesidade nos EUA poderá ultrapassar US$ 100 bilhões até o final da década.
A Associação Médica Americana saudou a decisão do governo e das empresas farmacêuticas como um passo importante na luta contra a obesidade e as doenças crônicas. Sarah Ro, diretora do Programa de Controle de Peso da Universidade da Carolina do Norte, enfatizou que a redução de preço permitirá que muitos pacientes que antes não conseguiam continuar o tratamento devido à suspensão da cobertura do seguro saúde voltem a ter acesso a ele. Ela também observou que o acordo é particularmente importante para o programa Medicare, onde a proporção de idosos com obesidade e doenças relacionadas é especialmente alta.
No entanto, especialistas observam que, mesmo após a redução de preço, o tratamento de US$ 300 a US$ 350 por mês continuará inacessível para alguns pacientes. Analistas acreditam que o acordo pode aumentar a pressão sobre outros fabricantes, incluindo a Pfizer e a Amgen, que estão desenvolvendo seus próprios medicamentos GLP-1. Como observado na análise da Vademecum, 2025 se tornou um período de atividade sem precedentes nessa área, com dezenas de empresas em todo o mundo acelerando programas clínicos e investindo bilhões de dólares em novos desenvolvimentos para manter sua posição no setor de tratamento da obesidade, que está em rápida transformação.
Analistas do setor estimam que o acordo representará uma das maiores mudanças na política de preços de medicamentos dos EUA em décadas. Ele também poderá impactar a estratégia farmacêutica global, visto que os EUA continuam sendo o maior mercado de medicamentos para controle de peso.
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