A UE fornecerá fundos de emergência para ajudar a manter a Rádio Europa Livre à tona após os cortes dos EUA

A União Europeia planeja fornecer fundos de emergência para ajudar a manter a Rádio Europa Livre à tona depois que o governo Trump interrompeu os subsídios ao meio de comunicação pró-democracia.

BRUXELAS — A União Europeia concordou na terça-feira em fornecer fundos de emergência para ajudar a manter a Rádio Europa Livre funcionando depois que o governo Trump interrompeu os subsídios ao meio de comunicação pró-democracia, acusando-o de promover uma agenda de notícias com viés liberal.

A Rádio Europa Livre/Rádio Liberdade começou a transmitir durante a Guerra Fria. Seus programas são transmitidos em 27 idiomas em 23 países da Europa Oriental, Ásia Central e Oriente Médio. Seus advogados têm lutado contra o governo na justiça.

A chefe de política externa da UE, Kaja Kallas, disse que os ministros das Relações Exteriores do bloco concordaram com um contrato de 5,5 milhões de euros (US$ 6,2 milhões) para "apoiar o trabalho vital da Rádio Europa Livre". O "financiamento de emergência de curto prazo" é uma "rede de segurança" para o jornalismo independente, disse ela.

Kallas disse que a UE não seria capaz de preencher a lacuna de financiamento da organização em todo o mundo, mas que pode ajudar a emissora a "trabalhar e funcionar nos países que estão em nossa vizinhança e que são muito dependentes de notícias vindas de fora".

Ela disse esperar que os 27 países-membros da UE também forneçam mais fundos para ajudar a Rádio Europa Livre a longo prazo. Kallas afirmou que o bloco tem buscado "áreas estratégicas" onde possa ajudar, já que os Estados Unidos estão cortando a ajuda externa.

A sede corporativa da Rádio Europa Livre/Rádio Liberdade fica em Washington e sua sede jornalística fica na República Tcheca, que tem liderado a iniciativa da UE para encontrar fundos.

No mês passado, um juiz federal dos EUA ordenou que o governo Trump restaurasse US$ 12 milhões que foram apropriados pelo Congresso. Os advogados do serviço, que opera há 75 anos, disseram que ele seria forçado a fechar em junho sem o dinheiro.

Em março, Kallas relembrou a influência que a rede teve sobre ela enquanto crescia na Estônia, que fazia parte da União Soviética.

“Vindo do outro lado da Cortina de Ferro, na verdade, foi pelo rádio que obtivemos muitas informações”, disse ela. “Então, tem sido um farol da democracia, muito valioso nesse sentido.”