A vez em que Carmenza Duque conseguiu o que ninguém havia feito: ser a primeira mulher solista a cantar para um Papa

Em julho de 1986, Carmenza Duque fez história ao se tornar a primeira mulher solista a cantar para um Papa. Foi no Parque El Tunal que ela apareceu vestida com um vestido de renda branca e fitas coloridas na cabeça para cantar "Tiempo de esperanza". A artista, natural de Manizales, morreu nesta quarta-feira, 22 de maio, nos Estados Unidos, devido a complicações no pâncreas, enquanto estava de férias.
Na década de 1980, Carmenza Duque era muito popular e uma das vozes mais bonitas e importantes do país. O então presidente Belisario Betancur a escolheu para cantar para o Papa João Paulo II e ser o anfitrião da recepção oferecida ao pontífice durante sua visita à Colômbia.
Nos vídeos, Duque é visto no Palácio, de joelhos, dizendo a João Paulo II: "Oh, tão querido", com o rosto visivelmente comovido. A visita do Papa não só impactou a espiritualidade da artista, mas também fez dela a primeira mulher colombiana a cantar para o Sumo Pontífice.
Foi seu momento de auge. Soma-se a isso sua participação no filme O Menino e o Papa, do diretor Rodrigo Castaño, no qual interpretou Carmen Peralta, uma humilde mulher que vendia frituras no Cerro Monserrate e que acolhe uma criança mexicana que sobreviveu ao terremoto e chega à Colômbia para cumprir uma promessa. A produção alternou drama com momentos reais da visita do Papa ao país.
O Papa me deu um terço, e eu o coloquei na minha mesa de cabeceira, com o terço pendurado em um abajur. Eu era casada com meu primeiro marido (Enrique Uribe Leiva) e fomos à fazenda num fim de semana quando me ligaram e disseram: 'Há um incêndio na sua casa'. "A pessoa que estava me vigiando causou um curto-circuito no meu quarto, e ele pegou fogo. Quando as chamas atingiram o rosário, pararam milagrosamente", contou a própria Carmenza em uma entrevista de 2021 ao programa de televisão La Red.
Carmenza Duque: morreu a grande dama da canção colombiana. Carmenza Duque foi uma mulher de muitas facetas, a mais importante de todas, uma das mais importantes cantoras de baladas, boleros e música tradicional colombiana. Sua carreira de ator foi breve, mas memorável, em O Menino e o Papa, uma história comovente que correu o mundo e entrou para a história como o filme que gravou secretamente várias cenas durante a visita de João Paulo II à Colômbia em julho de 1986. Ele também estava por trás de uma fundação para ajudar crianças com leucemia, um projeto que começou depois de lutar contra a doença que seu filho mais velho, Simón, foi diagnosticado aos 15 anos.

Carmenza Duque morreu nos Estados Unidos. Foto: Facebook: Carmenza Duque
Recentemente, a artista se distanciou do cenário musical e no ano passado enfrentou problemas de saúde, incluindo vários infartos. Sua filha, María Francisca Gutiérrez Duque, confirmou sua morte durante uma viagem de férias a Miami.
“Ele veio à clínica há quatro dias e foi diagnosticado com pancreatite aguda”, explicou. "Ela passou por uma cirurgia na quarta-feira e, infelizmente, abriram o corpo e viram que tudo estava necrótico. Então, a deixaram sozinha", acrescentou ele em seu depoimento à Rádio La W.
Carmenza Duque tinha 74 anos. Ela nasceu em Manizales em 17 de março de 1951 como Carmen Elvira Duque Uribe. Dona de uma voz excepcional, começou a cantar na escola onde estudava. Secretamente de seus pais, ele encantava as freiras e elas dizem que ele até trocava boas notas por canções.
Ele escolheu um curso universitário, como desejava em seu país, para poder viajar para Bogotá. Mas seus planos eram diferentes: estudar antropologia era uma fachada para seu sonho de ser cantora. Enquanto isso, a gravação de dois álbuns — um para circulação privada e o segundo, sua estreia comercial, que transcendeu a Colômbia e foi um sucesso no Peru, Equador e Venezuela — definiu o curso para a nativa de Manizales, que de repente se tornou uma estrela do show.
No total, ele gravou 40 álbuns e se deliciou com interpretações de canções como 'La potra zaina' –que foi tema da novela de 1993–, os boleros 'Sabor a mí', 'Se te olvida', 'Sin ti' e 'Tu me costumbreste'; as baladas 'Better than ever' e 'You complete me'; títulos do cancioneiro colombiano como 'El barcino' e a ranchera 'Se me olvidó otra vez', para citar alguns.
Até o momento, maiores detalhes sobre sua morte são desconhecidos; Enquanto isso, centenas de mensagens de seus seguidores lembram e prestam homenagem a esta grande senhora da música.
eltiempo