Senadores aprovam pacote tributário para 2026 sem alterações: impostos sobre refrigerantes, tabaco e videogames aumentam.

CIDADE DO MÉXICO Os senadores do partido governista aprovaram em regime de urgência três leis do pacote fiscal de 2026: o Código Tributário, a Lei Federal dos Direitos e a Lei do Imposto Especial sobre Produção e Serviços (IEPS).
Em uma sessão maratona no Senado, as três reformas e a Lei de Receitas foram aprovadas em comissão no mesmo dia, ignorando os procedimentos legislativos. As três primeiras reformas foram então encaminhadas ao plenário do Senado para discussão, onde foram aprovadas pelos legisladores do partido governista. A Lei de Receitas será debatida nesta quarta-feira.
As reformas aprovadas foram enviadas ao chefe do Poder Executivo para promulgação.
As três reformas foram discutidas na sessão e votadas individualmente. A primeira a ser aprovada foi o Código Tributário Federal, com 75 votos a favor e 38 contra.
A reforma do Código Tributário visa combater a evasão fiscal, mas também estipula que as plataformas digitais devem permitir às autoridades acesso permanente e em tempo real às informações de seus sistemas ou registros relacionados às operações dos serviços que prestam.
A segunda reforma aprovada foi a Lei Federal de Direitos, com 76 votos a favor e 37 contra. A reforma estabelece novas taxas de imigração: 14,2% para visitantes sem autorização de trabalho e 100% para residentes permanentes recentes.
Além disso, estabelece o aumento do custo de acesso a museus e zonas arqueológicas sob a proteção do INAH para estrangeiros não residentes no México, em até 209,09 pesos.
A terceira reforma aprovada foi a lei IEPS, com 75 votos a favor e 37 contra, que prevê o aumento dos impostos sobre bebidas açucaradas, tabaco, videogames violentos e apostas.
OPOSIÇÃO ÀS REFORMASEm relação à reforma do Código Tributário, o senador Rolando Zapata Bello, do PRI, destacou que o Serviço de Administração Tributária (SAT) terá poder de execução imediata, sem necessidade de ordem judicial prévia.
"Será possível suspender operações comerciais, congelar contas, bloquear cobranças e monitorar plataformas digitais, tudo sem ordem judicial prévia. Em resumo, a SAT coletará primeiro, e o cidadão terá que se defender depois", explicou ele.
O senador Néstor Camarillo, do Movimento Cidadão (MC), referiu-se à reforma da Lei Federal de Direitos e do IEPS, afirmando que estão preocupados com os aumentos de direitos e impostos sobre museus, zonas arqueológicas, procedimentos de imigração, refrigerantes, cigarros e até mesmo videogames violentos.
Ele enfatizou que não se trata de uma política pública, mas sim de uma medida paliativa para gerar receita, disfarçada de preocupação com a saúde ou a segurança.
"Parece que estamos voltando aos tempos de Santa Anna, quando os impostos eram cobrados nas portas ou janelas das casas", observou ele.
Em relação à reforma do IEPS, a senadora Karla Guadalupe Toledo, do PRI, afirmou que a reforma é proposta sob o pretexto de proteger a saúde e o meio ambiente, mas, na realidade, o que se busca é arrecadar mais dinheiro dos mexicanos, principalmente dos mais pobres.
"Dizem que esse aumento de impostos é uma medida de saúde pública, mas a verdade é que não se trata de cuidar da saúde."
"Este governo está apenas tentando proteger seus cofres, porque se eles realmente quisessem proteger a saúde dos mexicanos, não estaríamos falando de mais impostos, estaríamos falando de mais educação, mais prevenção e mais conscientização", enfatizou ele.
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