Via al Mar: Governador de Antioquia e prefeito de Medellín discutem quando o projeto será concluído em fórum do EL TIEMPO.

Um apelo para que as regiões tenham maior autonomia regional na arrecadação e gestão de seus impostos, para que não dependam tanto do modelo centralizado que prevalece hoje no país, foi feito por Julián Andrés Rendón, governador de Antioquia, durante sua participação no fórum "Antioquia impacta e transforma", organizado pela Casa Editorial EL TIEMPO, e que contou com a presença da Telemedellín, da Câmara de Comércio de Medellín, da Fundação Grupo Argos e de Puerto Antioquia, além de representantes da iniciativa privada, entre outros.
Enquanto o departamento de Antioquia e a prefeitura de Medellín uniram esforços para executar grandes projetos de infraestrutura essenciais para a região e o país em meio às dificuldades inerentes à economia — como o projeto Vía al Mar — eles também elaboraram um roteiro para resolver os graves problemas que o departamento e cada um de seus municípios enfrentam em termos de educação de qualidade, acesso a serviços de saúde, desnutrição, alimentação e segurança para seus moradores, conforme anunciado por Julián Andrés Rendón, governador de Antioquia, e Federico Gutiérrez, prefeito de Medellín, que compartilham os mesmos objetivos.
Os líderes participaram do painel “Os Grandes Desafios de Antioquia”, junto com Mónica Ospina, diretora de Medellín e Antioquia Cómo Vamos, moderado por Ernesto Cortés, editor-chefe do EL TIEMPO, na quinta-feira, 29 de maio, em Medellín.
Tanto Rendón quanto Gutiérrez deixaram claro seu compromisso de seguir adiante com o projeto Vía al Mar, dada a recusa do governo nacional em fornecer os recursos há muito comprometidos para concluir este projeto de infraestrutura. Este projeto conectará Urabá, em Antioquia, ao sudoeste da Colômbia em apenas nove horas, melhorando a conectividade rodoviária, reduzindo os custos de logística e possibilitando o desenvolvimento econômico da região.

Aspectos do Fórum 'Antioquia Impacta e Transforma', organizado pelo EL TIEMPO. Foto: EL TIEMPO
"Não é uma situação fácil porque o governo sempre coloca obstáculos no caminho desses projetos. Três governos descumpriram este projeto, bem como a necessidade de uma segunda pista para o aeroporto de Rionegro, apesar do sinal verde para a compra do terreno", disse Rendón, referindo-se aos obstáculos impostos por um modelo centralizado. Ele acrescentou que "a região da Orinoquia não se desenvolverá como desejado devido ao mesmo problema desse centralismo".
É por isso que o governador insistiu na necessidade de dar mais voz às regiões, para que "os recursos de renda e propriedade permaneçam nas mãos dos departamentos, para que eles e seus municípios possam dobrar suas alocações em comparação ao sistema geral de participação que recebem hoje".
Projeto chave Os painelistas concordaram que Antioquia é um corredor de desenvolvimento para a Colômbia, porque muitas coisas acontecem lá, tanto boas quanto não tão boas. No entanto, como disse o prefeito Gutiérrez, toda Antioquia está comprometida com o desenvolvimento desses grandes projetos que contribuirão muito para o desenvolvimento do país.

Federico Gutiérrez, prefeito de Medellín. Foto: César Melgarejo
O presidente sabe que não existem projetos fáceis, e este é ainda menos quando há pessoas colocando obstáculos por trás deles. No entanto, eles estão determinados a levar adiante este projeto, no qual o departamento investiu mais de 1,6 bilhão de pesos e a prefeitura outros 800 bilhões de pesos. O primeiro trecho, que está quase concluído e inclui o Túnel Toyo, o mais longo da América Latina, já está em construção.
"É a primeira vez que uma prefeitura investe em um projeto fora de sua jurisdição", insistiu Gutiérrez, que disse que, diante do atraso na execução de 60% da parcela que cabia à nação, decidiram, junto com a prefeitura, assumir esses trechos e finalizá-los, compromisso já firmado. "Vamos concluir as obras com recursos do gabinete do governador e da prefeitura, já que o governo não cumpriu a promessa do departamento... esperamos que até o final de 2026 estejamos entregando o projeto não apenas para Antioquia, mas para todo o país", afirmou o prefeito de Medellín.
Mas os líderes de Antioquia prometeram ir muito além desses projetos de infraestrutura, respondendo às críticas do presidente Gustavo Petro, que disse que a iniciativa é para os ricos do departamento e que, portanto, seu governo não está disposto a financiá-la. Em vez disso, esses fundos deveriam ser usados para fornecer água à população de Urabá.

Andrés Julián Rendón, Governador de Antioquia ( Foto: Governo de Antioquia e Presidência)
Por isso, o governador de Antioquia deixou claro que o porto de Urabá é um investimento impulsionado pela iniciativa privada e por empresários, e que tais projetos são essenciais para o desenvolvimento de países e regiões. O porto de Urabá será o primeiro, e teremos que esperar para ver o que acontecerá com a região quando ele começar a operar em breve. Outros virão: Pisisi, Puerto Cirilo, En Turno e Necoclí. Há mais de 500 quilômetros de litoral naquela região, mas portos sem estradas e outros projetos de infraestrutura podem não impulsionar o desenvolvimento regional.
O presidente reconheceu que naquela região do país há carências de serviços públicos que o próprio Governo Nacional se comprometeu a desenvolver, mas ainda não o fez. Portanto, a prefeitura e o gabinete do governador também o farão com o apoio da EPM e suas capacidades.
Assim, indicaram os líderes, deixarão Urabá com porto e água, pois devem evitar a todo custo que aquela região acabe como Buenaventura, que tem um porto muito rico, mas seu povo atolado na pobreza e na violência.
Precisamos usar essa infraestrutura para gerar riqueza e garantir que ela seja redistribuída para todos, não apenas para alguns. Esta é a região com maior potencial de crescimento e desenvolvimento do país atualmente, por isso a questão da segurança e do controle não pode ser ignorada; caso contrário, corre-se o risco de o porto ser tomado pelo narcotráfico e por atividades ilegais", acrescentou Gutiérrez.
Para Mónica Ospina, diretora de Medellín e Antioquia Cómo Vamos, o departamento de Antioquia enfrenta grandes desafios, mas os dois mais importantes são a insegurança alimentar e a desnutrição, já que o número de famílias com fome dobrou e há maiores taxas de desnutrição. “Precisamos resolver o problema da fome e precisamos de recursos e programas específicos e inovadores para enfrentar essa situação”, disse o palestrante, que acredita que o segundo maior desafio a ser superado é a educação, porque o futuro depende dela.
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