O mapa autárquico

No domingo, os portugueses vão estar atentos a cinco resultados particularmente relevantes:
- Quem vencerá em Lisboa e no Porto? Teoricamente, a disputa está empatada nesta altura, mas seria muito importante para o PSD alcançar a “dobradinha”. O mesmo se aplica ao PS. Ou então haverá uma divisão. Grande parte da noite eleitoral passará por aqui.
- Quem conquistará a maioria dos concelhos? Continuará a ser o Partido Socialista? Neste campo, o que estará em causa não será tanto a votação isolada do PSD, mas o resultado conjugado das forças à direita. O domínio socialista tem sido impressionante.
- Quantos concelhos e vereadores elegerão o Chega, a Iniciativa Liberal e o Livre? A grande surpresa poderá vir do partido de André Ventura. Não restam dúvidas de que obterá resultados muito expressivos em comparação com há quatro anos. Também será interessante perceber se o Livre se afirmará para além de Lisboa e Porto, bem como a tendência que revelará a IL.
- Quem controlará as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto? Este será outro dado importante a avaliar, tendo sempre presente que estas autárquicas poderão ser marcadas pela entrada em força do Chega, mas também pela presença do Livre e da IL, embora em menor escala.
- Sendo certo que André Ventura será o grande vencedor da noite, que papel caberá a Luís Montenegro e a José Luís Carneiro? Se o Chega crescer muito e a IL tiver expressão, haverá inevitavelmente danos colaterais para os dois maiores partidos. Importa também não esquecer o desempenho do PCP e do Bloco de Esquerda, em comparação com as últimas eleições autárquicas e, em termos gerais, com os resultados nacionais.
Não se prevê nenhuma catástrofe política, mas as novidades poderão alterar de forma significativa o mapa autárquico nacional. Até que ponto? Nada de adivinhações — até porque estas são eleições em que a abstenção ronda os 50%.
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Visao