Argentinos e italianos indicam siciliano para Prêmio Nobel

O escritor italiano Enzo Randazzo, natural de Sambuca di Sicilia, foi indicado por associações culturais argentinas e italianas ao Prêmio Nobel de Literatura de 2025.
Autor de diversas obras, ele representou a Itália na Argentina durante a Semana da Cultura Italiana no Mundo, em outubro de 2024.
"Quando comecei a escrever, jamais sonharia com tanto! Dedico esta indicação a todos os sicilianos e italianos do mundo, que, com seu sacrifício, honestidade e criatividade, testemunham seus valores identitários mais profundos e autênticos", declarou Randazzo à ANSA.
A iniciativa é coordenada na Argentina pela jornalista Patricia Ortiz, especialista em Gestão Cultural, Patrimônio e Turismo Sustentável da Fundação "Ortega y Gasset Argentina" e ex-chefe da assessoria de imprensa e comunicação da Comissão Nacional de Monumentos, Sítios e Patrimônio Histórico do país latino-americano.
"É uma honra coordenar esta iniciativa na Argentina, que apoia a candidatura de um escritor que reflete em sua obra sua identidade siciliana, possuindo uma capacidade de síntese e flexibilidade próprias de uma cultura aberta ao novo e ao diferente", afirmou Ortiz.
De acordo com ela, "para Randazzo, a literatura tem o poder de unir e ampliar os espaços de reflexão e diálogo, legado que a forte influência italiana na cultura argentina nos deixou".
Em nome da Itália, a iniciativa é promovida por Gisella Mondino, professora de italiano e latim na escola secundária "Tommaso Fazello", de Sciacca, e diretora científica do congresso do Prêmio Internacional Navarro sobre estudos navarros - realizado anualmente em Sambuca di Sicilia, na província de Agrigento, e agora em sua décima sexta edição - , além de escritora com experiência política como vice-prefeita e vereadora de Cultura, Biblioteca, Educação, Políticas Sociais e da Juventude do Município de Sciacca, de setembro de 2019 a junho de 2022.
As justificativas da proposta derivam da análise das obras literárias "Sicilia mi amore" (2014); "Caleidoscópio" (2017); "Il presidente Liccasarda" (2020); "Scrivere mi è sempre piaciuto" (2022) e outros.
Também foram levados em consideração os mais de 40 prêmios recebidos pelo escritor em todo o mundo, incluindo menções honrosas. Entre eles estão os prêmios Pirandello de Pergamena (Agrigento, 2014), o Livatino (Catânia, 2018), o Gesualdo Bufalino di Campania (San Cipriano d'Aversa, 2003), o Speed Book (Turim, 2015) e o La Regina (Roma, 2018).
Randazzo possui também vasta experiência como promotor e organizador de iniciativas culturais, sociais e filantrópicas, incluindo a organização do Pavilhão da Cultura Siciliana na Expo Milão 2015 e diversos ciclos de palestras sobre os escritores Emanuele Navarro della Miraglia (1838-1919) e Leonardo Sciascia (1921-1989).
A candidatura de Randazzo é apoiada por suas atividades literárias e culturais voltadas para a promoção da unidade e a exaltação dos sentimentos sicilianos; pela preservação dos valores tradicionais pertencentes aos exilados da ilha em todo o mundo, da memória de seus lugares e manifestações populares; e a evolução linguística da língua siciliana por meio da experimentação literária incorporada em suas obras.
De sua participação no movimento juvenil de 1968 e de sua militância ativa no partido Democracia Cristã e, posteriormente, no Clube Pannella - Partido Radical, liderado por Marco Pannella, um movimento político conhecido por sua promoção dos direitos civis e do uso da não violência -, Randazzo extraiu um apreço pelo diálogo intergeracional, uma paixão e um compromisso com a vida sociopolítica e um senso de liberdade e pertencimento à sua Sicília, todos temas dominantes em sua obra.
Diretor da Companhia Permanente Teatro L'Idea, com a qual encenou diversas obras de Martoglio, Pirandello, Navarro, Fo e Scarpetta, Randazzo gosta de viajar, ler romances, sair à noite, jogar xadrez e pintar.
Criador e presidente de 16 edições do Prêmio Literário Internacional "Navarro" e com nove apresentações em conferências sobre Emanuele Navarro della Miraglia, ele é um pioneiro do verismo e do decadentismo na Itália.
Durante a pandemia de Covid-19, Randazzo criou e coordenou "Chez moi", uma exposição literária itinerante online com uma participação significativa de poetas e artistas nacionais e internacionais.
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