Presidente do CCB nega crise. "Esta temporada responde às exigências"

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Presidente do CCB nega crise. "Esta temporada responde às exigências"

Presidente do CCB nega crise. "Esta temporada responde às exigências"

A temporada do Centro Cultural de Belém (CCB) até julho de 2026 foi apresentada hoje, em Lisboa, numa conferência de imprensa com a presença do presidente, da atual única vogal do conselho de administração, Madalena Reis, e dos programadores das várias áreas artísticas daquele equipamento cultural.

"Esta temporada do CCB responde às exigências da própria casa e dos seus públicos: a acessibilidade, uma variedade muito ampla de expressões artísticas, as grandes questões sociais do momento", disse Vassallo e Silva no final da conferência de imprensa, questionado pela agência Lusa, dando como exemplo a estreia da ópera 'Adilson', de Dino Santiago, que marca o arranque da temporada, na sexta-feira.

O espetáculo, com texto de Rui Catalão - centrado na injustiça social, na discriminação, na fragilidade humana e na esperança - é uma encomenda e produção original da BoCA - Bienal de Artes Contemporâneas, em co-produção com o CCB, e representa a primeira incursão do artista na área da ópera.

"A multiplicidade de oferta aos múltiplos públicos, e esta capacidade física - temos um dos maiores auditórios do país - da ópera ao teatro, o canto, o jazz, e sempre numa preocupação de uma visão cidadã que procuramos", sublinhou Nuno Vassallo e Silva, presidente nomeado pela anterior ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, no final de 2024, depois de ter exonerado do cargo a gestora cultural Francisca Carneiro Fernandes.

A estreia da peça de Marco Martins, 'Um Inimigo do Povo', inspirada nos acontecimentos da Rua do Benformoso, o teatro de O Bando e de Christiane Jatahy, a ópera 'Tannhäuser', de Wagner, são outros destaques na temporada a cumprir de setembro de 2025 a julho de 2026.

A nova temporada revela atenção particular ao teatro e à música erudita, com atuações de orquestras portuguesas e estrangeiras, como a Orquestra XXI, projeto de maestro Dinis Sousa, e o Huelgas Ensemble, de Paul van Nevel, músicos como Pedro Burmester e François-Frédéric Guy, e a estreia de novas produções de ópera, de Puccini a Dino D'Santiago.

"Trazer Mozart ou Chopin tem também uma importância de promoção de criação do nosso espírito crítico e capacidade de analisar este mundo turbulento que nos encontramos. O CCB é um pouco a imagem do farol, que procura, como as grandes instituições culturais, um rumo para os nossos tempos", avaliou o presidente do CCB à Lusa.

Questionado sobre a demissão da diretora artística para as artes performativas, Aida Tavares, em julho último, Nuno Vassallo e Silva não quis comentar, assegurando que "não houve rutura".

"A casa continua com entusiasmo, e estamos a acompanhar o processo [de recrutamento de um novo colaborador através de concurso internacional]. A pré-seleção é feita por um júri externo de grande prestígio, presidido pelo professor António Pinto Ribeiro, para selecionar o melhor candidato, sempre numa visão de continuidade em renovação", disse o presidente do CCB, comentando que "todo o colaborador da casa traz o seu cunho" ao equipamento cultural onde entra.

Para Vassallo e Silva, "o fundamental é continuar, num ponto de vista da oferta, sempre num crescendo, e sobretudo procurar transparência e abertura a todos os públicos".

"Há uma alteração total no desenho de quando o CCB foi criado [em 1993], e sobretudo nos últimos anos. Mas neste momento, como exemplo, para as artes visuais, estamos a desenvolver parcerias com outras instituições congéneres. Quando o CCB foi inaugurado, era uma espécie de ilha, mas hoje há outra realidade - o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, o Pavilhão Julião Sarmento, as Galerias Municipais, o Museu de Arte Contemporânea Armando Martins. Toda essa realidade torna-nos muito mais ricos e, ao mesmo tempo, exige um acompanhamento e diálogo".

Na conferência de imprensa, a administração foi questionada sobre a saída, em abril, do vogal Delfim Sardo, responsável pelo pelouro da programação desde 2020, mas "ainda não há novidades" da tutela.

Na mesma altura terminou o mandato da vogal Margarida Reis, que disse aos jornalistas já ter manifestado disponibilidade à tutela para continuar no cargo.

Na conferência de imprensa esteve presente a restante equipa do CCB, nomeadamente Cláudia Belchior, na coordenação geral executiva, que apresentou os traços gerais da temporada de artes performativas, e ainda Fernando Luís Sampaio e Cesário Costa, na programação, enquanto Madalena Wallenstein continua na direção da Fábrica das Artes para o público infanto-juvenil.

Sobre a 'open-call' de propostas lançada ao público em março para obter sugestões no funcionamento do CCB, o conselho de administração disse ter recebido cerca de 300 respostas, "muitas delas interessantes" que irão ser divulgadas mais tarde.

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