O sonho de Kamchadal: moradores do Extremo Norte sonham mais do que outros em se aposentar em Moscou

Analistas estudaram as preferências migratórias de russos com mais de 50 anos e descobriram para quais regiões eles planejam se mudar após a aposentadoria. Descobriu-se que Moscou é a cidade mais desejada pelos moradores do Extremo Norte, enquanto outros russos preferem regiões mais quentes.
Em um esforço para entender os planos de migração dos russos mais velhos, analistas conduziram uma pesquisa nacional, da qual participaram 1.500 pessoas com mais de 50 anos. Em uma pesquisa on-line realizada entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025, os entrevistados responderam a uma série de perguntas sobre se planejavam mudar sua região de residência após a aposentadoria e, em caso afirmativo, para onde exatamente gostariam de se mudar. O estudo permitiu identificar os principais fatores que influenciam a escolha de um novo local de residência, bem como as características regionais das preferências migratórias.
“A esmagadora maioria dos russos pesquisados em idade de pré-aposentadoria e aposentadoria, ou seja, 75%, não planeja mudar de residência após a aposentadoria. Eles preferem permanecer em um ambiente familiar, mais perto de parentes, amigos e da infraestrutura social estabelecida”, disse Liliya Artsybasheva, Diretora Comercial de Desenvolvimento Regional e líder da equipe de pesquisa, ao MK. Segundo ela, apenas 18% dos entrevistados consideram a possibilidade de se mudar para outra região. Os 7% restantes ainda não decidiram seus planos para o futuro e acharam difícil dar uma resposta clara a essa pergunta. Esses dados indicam que, para a maioria dos russos mais velhos, a mudança é mais uma exceção do que uma regra. No entanto, a proporção significativa daqueles que estão prontos para mudar seu local de residência abre espaço para uma análise mais aprofundada das preferências migratórias.
Entre aqueles que, mesmo assim, decidiram se mudar após a aposentadoria, o destino mais popular foi Krasnodar Krai, atraindo 25% dos entrevistados. O clima ameno, a infraestrutura de resorts desenvolvida e a abundância de frutas e vegetais frescos tornam esta região especialmente atraente para moradores de zonas climáticas mais severas. O segundo lugar em popularidade é ocupado pela região próxima de Moscou: 15% dos entrevistados gostariam de passar seus anos de aposentadoria não muito longe da capital, mas em um ambiente mais calmo e verde. A ensolarada Crimeia completa os três primeiros lugares, atraindo 12% daqueles que desejam se mudar.
As regiões restantes foram distribuídas da seguinte forma: São Petersburgo – 10%, Região de Leningrado – 8%, Região de Kaliningrado – 7%, Região de Moscou e Stavropol – 5% cada, Karachay-Cherkessia – 4% e, finalmente, Região de Rostov – 2%. Outros 7% dos entrevistados ainda não decidiram para qual região se mudar, mas estão considerando diversas opções. Vale ressaltar que mesmo grandes cidades como Moscou e São Petersburgo não estavam entre os líderes indiscutíveis, cedendo seu lugar a regiões com clima mais ameno.
Como esperado, as preferências migratórias dos russos estão intimamente ligadas à sua localização geográfica. Assim, para os moradores do Extremo Norte, acostumados às duras condições climáticas, Moscou se tornou a líder absoluta - 40% dos entrevistados dessa região gostariam de se mudar para a capital, mas a infraestrutura da capital (principalmente centros médicos) também desempenha um papel importante na escolha de um destino. A segunda região mais popular entre os nortistas é o Krai de Krasnodar (25%). São Petersburgo completa os três primeiros (10%).
Um quadro completamente diferente é observado no Extremo Oriente: aqui o destino mais popular para realocação foi Primorsky Krai (30%), o que indica a predominância da migração interna na macrorregião. No entanto, uma parcela significativa de habitantes do Extremo Oriente também se esforça para se mudar para Moscou (20%) e Krai de Krasnodar (15%).
Uma tendência semelhante é observada na Sibéria, nos Urais e na região do Volga: a maioria dos entrevistados dessas regiões sonha em se mudar para o sul, para a região de Krasnodar, e também considera Moscou e a região de Moscou como possíveis opções para a aposentadoria.
Moradores da Rússia Central, que já vivem em condições relativamente favoráveis, também escolhem com mais frequência o Krai de Krasnodar (35%) e a Crimeia (20%), e consideram se mudar para Moscou (10%) principalmente como uma mudança de residência dentro da região.
A situação é diferente no Noroeste, onde a maioria dos entrevistados planeja permanecer em seu distrito federal, mudando-se para a Região de Leningrado ou São Petersburgo. Por fim, os moradores do sul da Rússia demonstram o maior apego aos seus lugares de origem e, se planejam se mudar, é principalmente dentro de sua macrorregião, escolhendo o Krai de Krasnodar ou a Crimeia.
Assim, o estudo confirma que as preferências migratórias dos russos são formadas sob a influência de vários fatores, incluindo condições climáticas, oportunidades econômicas e apego aos seus locais de origem.
“Nossa pesquisa mostrou que os sentimentos de migração entre russos com mais de 50 anos são bastante complexos e diversos”, observou Liliya Artsybasheva. Segundo ela, a escolha da região para uma nova vida é determinada em grande parte pelo local de residência atual e pelas preferências individuais. Assim, os moradores do Extremo Norte geralmente escolhem Moscou, buscando condições mais confortáveis e as amplas oportunidades da capital. Observamos que, entre os compradores desta região, apartamentos em complexos residenciais modernos com infraestrutura e serviços desenvolvidos são particularmente procurados. Ao mesmo tempo, aposentados de outras regiões da Rússia preferem destinos principalmente no sul, escolhendo moradias perto do mar ou em áreas com clima favorável. Para eles, fatores como acessibilidade a serviços médicos, presença de parques e áreas verdes, bem como a oportunidade de levar um estilo de vida ativo são importantes”, concluiu a incorporadora.
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