México reduz queda na montagem automotiva

Após a implementação de um regime tarifário nos Estados Unidos para o setor, menos agressivo para o México, a produção e as exportações automotivas do nosso país suavizaram sua queda em maio passado.
A montagem e as remessas de veículos leves no México diminuíram 2% e 2,9%, respectivamente, durante o quinto mês do ano, informou o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (INEGI) na segunda-feira.
As empresas automotivas registraram dois meses consecutivos de queda na produção, nas exportações e nas vendas internas, mas as quedas em maio passado foram menores do que as de abril, quando os Estados Unidos, principal mercado para as montadoras mexicanas, impuseram tarifas generalizadas de 25% sobre veículos leves e pesados importados.
No quinto mês do ano, a produção caiu 2%, para 358.209 unidades, um declínio menor que os 9,9% observados em abril, enquanto as exportações caíram 2,9%, para 301.112 unidades, em comparação com um declínio de 10,9% no mês anterior.
Apesar dessa contração em relação ao ano anterior, o volume registrado faz de maio de 2025 o segundo mês com maior produção desde o início do Registro Administrativo da Indústria Automotiva de Veículos Leves (RAIAVL), atrás apenas de 2024, informou a Associação Mexicana da Indústria Automotiva (AMIA). Em 20 de maio, Marcelo Ebrard, Secretário de Economia, informou que os Estados Unidos reduziram a tarifa média aproximada sobre carros importados originários do México de 25% para 15%.
"Veículos fabricados no México receberão um desconto de cerca de 40% nessa tarifa (25%), mas em alguns casos pode ser maior", disse ele na ocasião, acrescentando que será paga apenas a tarifa correspondente ao conteúdo não americano de cada veículo exportado.
Ele explicou desta forma: "A partir de agora, e quando esta nova regulamentação entrar em vigor, os veículos fabricados no México e com destino aos Estados Unidos, em vez de pagar 25%, pagarão cerca de 15%".
Mazda, General Motors e Volkswagen foram as marcas mais afetadas pelas tarifas, com quedas nas remessas de 63,1%, 18,4% e 32,4%, respectivamente. Toyota e Honda alcançaram crescimento significativo de 29,6% e 28,7% em maio.
Julio Galván, representante da Indústria Nacional de Autopeças (INA), comentou que a mudança nas linhas de produção de automóveis no México e nos Estados Unidos levará a uma diminuição na margem de montagem regular.
No acumulado de janeiro a maio, foram produzidas mais de 1,6 milhão de unidades, o que representa uma queda de 0,5% em relação ao mesmo período de 2024. "Esse número constitui o terceiro melhor resultado histórico para um acumulado, superado apenas pelos observados em 2019 e 2024", afirmou a AMIA.
As exportações de automóveis durante os primeiros cinco meses de 2025 ultrapassaram 1,3 milhão de unidades, apesar de registrar uma contração de 6,3% em comparação ao mesmo período de 2024. Esse desempenho coloca o período de janeiro a maio de 2025 como o quarto melhor começo de ano em termos de exportações para a indústria automotiva mexicana.
Segundo o relatório da AMIA, nos primeiros cinco meses de 2025, 16,3% dos veículos vendidos nos Estados Unidos foram montados no México, fator que mantém a indústria mexicana como a principal fornecedora de automóveis naquele mercado. Só o México envia quase 240.000 unidades por mês, em comparação com 130.000 da Coreia do Sul, seu concorrente mais próximo no mercado americano, resultado da cadeia produtiva da indústria automotiva na América do Norte.
Da produção total do México, 80,9% das exportações de automóveis foram para os Estados Unidos.
Eleconomista