A taxa de inadimplência de hipotecas de Sask. é a mais alta entre as províncias, mas está piorando em Ontário e Colúmbia Britânica.

Tyler Fransen perdeu sua casa em Saskatoon nesta primavera depois de não pagar a hipoteca devido a circunstâncias financeiras e situações de vida que o levaram ao limite.

"Eu me senti um pouco derrotado", disse Fransen, cujo pai morreu recentemente de câncer. "Eu estava tentando fazer isso sozinho e não queria sobrecarregar ninguém da minha família. Temos muita coisa acontecendo."

Fransen perdeu o emprego como empreiteiro durante a pandemia de COVID-19. Depois, veio a inflação dos materiais, da gasolina e dos alimentos. Pagar a hipoteca ficou cada vez mais difícil.

"Eu, assim como todo mundo, não sou perfeito, então compartilhar isso vai dar a alguém a ideia de que não está sozinho, porque foi isso que eu senti por um tempo", disse ele.

Fransen não está sozinho nessa luta. Muitos proprietários de imóveis em Saskatchewan e em todo o país estão com o pagamento da hipoteca atrasado, de acordo com as estatísticas mais recentes.

Saskatchewan tem a maior taxa de todas as províncias

De acordo com a Equifax Canada, Saskatchewan teve a maior taxa de inadimplência de hipotecas (0,37%) no primeiro trimestre de 2025 entre todas as províncias e quase o dobro da média nacional (0,19%).

No entanto, especialistas dizem que Saskatchewan está em uma situação melhor do que parece.

Rebecca Oakes, vice-presidente de análise avançada da Equifax, disse que menos pessoas estão atrasando o pagamento da hipoteca em Saskatchewan do que há cinco anos.

"Não é uma ótima notícia, mas o cenário está melhorando. Enquanto isso, áreas como Ontário ainda estão registrando aumentos significativos", disse Oakes.

"Sei que, particularmente em Ontário, acho que esse é o nível mais alto que já vimos."

Matt Fabian, diretor de serviços financeiros da TransUnion Canada, concordou.

"A economia de Saskatchewan continua crescendo e tem a menor taxa de desemprego do Canadá", disse Fabian. "Acho que, quando olhamos para o Canadá, o sul de Ontário e a Colúmbia Britânica ainda enfrentam sérios desafios de acessibilidade e maior inadimplência."

Fabian disse que muitas pessoas estão enfrentando o choque de pagamento que surge com a renovação de hipotecas a taxas muito mais altas do que as disponíveis durante a pandemia. A inflação, que torna todo o resto mais caro, é um golpe duplo.

"Você pode estar renovando com o dobro ou o triplo da taxa que já teve", disse Fabian. "Isso criou esse choque de pagamento, em que vimos as prestações médias mensais da hipoteca subirem de 10% até o dobro."

O panorama geral

Ambos os especialistas disseram que estão observando atentamente a continuação das renovações de hipotecas, os bancos continuam cortando taxas e as tarifas dos EUA continuam sendo um fator-chave para a estabilidade econômica.

"Esses tipos de taxas de inadimplência começarão a se estabilizar à medida que as taxas de juros e a inflação caírem. O que realmente estamos observando é o impacto de fatores como tarifas", disse Fabian.

"Quando pensamos onde as tarifas serão impostas, não acreditamos que seja um aumento nacional. Acreditamos que as regiões com indústrias alvo de tarifas podem começar a ver as taxas de desemprego subirem, o que geralmente é um prenúncio de alguma inadimplência."

Para Fransen, a experiência de perder a casa na qual investiu tempo, esforço e dinheiro foi dolorosa, mas ele está tentando ver o lado positivo. Ele disse que agora pode se concentrar mais em estar presente para sua mãe e para si mesmo.

Por enquanto, o banco permitiu que ele permanecesse na casa até que a execução hipotecária e os processos legais fossem concluídos.

"Essa situação criou um movimento na minha vida e sou grato por isso", disse Fransen.

"Eu me senti um pouco preso."