Ombria: Pedro Machado elogia projeto e defende turismo com impacto positivo nas comunidades

O Ombria Algarve e o Hotel Viceroy at Ombria Algarve, na Tôr, em Loulé, foram inaugurados oficialmente na quarta-feira, 18 de junho. Um dia há muito aguardado, sublinhou Ilpo Kokkila, presidente do Grupo Pontos e mentor do projeto, que representa 20 anos de compromisso com Portugal e o Algarve.
«Que aventura vivemos nas últimas duas décadas. Foi uma longa viagem, foram precisas duas gerações para chegarmos aqui. Houve momentos difíceis. A dedicação e o nível de cooperação foram postos à prova. Todo o esforço conjunto sublinha a importância deste momento. Hoje é o dia em que finalmente levantamos os copos ao Ombria», disse.
O empresário finlandês destacou que o empreendimento foi concebido para integrar a comunidade local e coexistir com a natureza. «É um lugar extraordinário para as pessoas passarem tempo, recarregarem energias e desfrutarem da vida. Tal como a natureza que nos rodeia, queremos que o Ombria cresça, se renove e redefina, constantemente, o que significa oferecer um dos ambientes residenciais e de férias mais apelativos em Portugal e no sul da Europa», disse.
Por sua vez, o norte-americano Patrick Freeman, diretor executivo do Ombria, agradeceu à equipa – presente e passada – pela dedicação. «Quase todos aqui presentes tocaram neste projeto, de alguma forma. É um privilégio ser o vosso CEO», afirmou.
E agradeceu também a Portugal. «Não consigo imaginar um melhor lugar no mundo para o Ombria existir, nem para a minha família viver».
Freeman garantiu que o objetivo é tornar o Ombria um destino autêntico, de luxo, aberto todo o ano. «Acredito que representa um espaço para dar a conhecer Portugal ao mundo: o seu povo, a sua gastronomia, cultura e história. Esperamos poder ser um palco de tudo isso».
«Temos também um compromisso com a natureza e o ambiente. Vamos continuar a crescer, mas de forma consciente, pensada, em harmonia com a comunidade e com o espaço onde operamos».
Arash Azarbarzi, diretor executivo da Highgate, também não poupou elogios. «A Highgate acredita profundamente em Portugal. Temos 18 hotéis, de Lisboa ao Algarve, passando por Sesimbra. Investimos fortemente porque acreditamos no que este país tem para oferecer», afirmou.
Quanto ao Ombria, «o meu objetivo não é ter apenas um grande resort, mas transformar este espaço numa referência mundial. Não quero ser apenas o melhor hotel do Algarve. Quero começar por ser o melhor resort de Portugal e depois crescer para a Europa e para o mundo. Deem-nos seis meses e estaremos no topo».
Por sua vez, Daniel Ozzán, diretor geral na Viceroy Hotels and Resorts, enfatizou que esta é a primeira unidade da insígnia no sul da Europa. «Reflete o nosso compromisso de expandir a marca de forma consciente, com foco em regiões ricas em cultura, beleza e potencial. E revela um Portugal que poucos conhecem».
Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, em representação do ministro da Economia, considerou que «este investimento» traduz, «algumas das prioridades que estabelecemos para este ciclo de governação».
Entre os desafios, destacou a continuidade da qualificação da experiência turística, que depende da colaboração entre empresários, autarquias e organismos públicos.
O governante, que foi presidente do Turismo do Alentejo e Centro, lembrou que o Ombria «demorou anos a concretizar o seu processo de licenciamento, o que significa que ainda hoje temos uma teia burocrática que é necessário contrariar e ultrapassar para facilitarmos a dinâmica da captação de investimentos».
Já o «Algarve é o nosso destino mais maduro. Representa uma vantagem competitiva para Portugal, que é hoje um dos destinos mais seguros do mundo e, por isso, privilegiado para a captação de investimento internacional».
Além da guerra à burocracia, anunciada pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, é preciso «capacidade de podermos acelerar processos de licenciamento».
Outro problema, que «estamos, diria, obrigados com enorme urgência e celeridade a ultrapassar», são «as barreiras que estão a afetar o normal e desejável funcionamento» da atividade turística, no que toca «à receção dos nossos turistas internacionais, sobretudo aqueles que vêm de fora do espaço Schengen».
Pedro Machado, que foi presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal entre 2013 a 2023, referiu ainda o trabalho da Associação Turismo do Algarve (ATA) «na consolidação da experiência e do crescimento» do destino.
«Queremos crescer melhor, e por isso estamos a trabalhar na diversificação dos mercados emissores», quer com «a abertura de novas rotas». quer com o reforço das existentes.
Segundo revelou, estão a ser estuados «mercados emergentes» como o da Argentina e o do México, país com 130 milhões de habitantes.
«Estamos perante um mercado muito forte que nos permite de alguma forma também balancear aquilo que pode vir a ser alguma correção e o ajustamento» noutros mais convencionais, «como o mercado alemão».
O governante disse ainda que quer colocar Portugal entre os primeiros 10 países no índex da competitividade internacional.
Para isso, também é preciso «os portugueses perceberem a vantagem económica, a vantagem social, de termos bom turismo» no país.
«A esta percepção, precisamos juntar a componente económica, cultural, e também a componente da satisfação daqueles e daquelas que cá vivem. Quando geramos emprego e riqueza, precisamos que essa riqueza possa e deva ser bem distribuída e alocada, para que as comunidades que hoje recebem turistas sintam, verdadeiramente, esta vantagem de termos uma indústria (turística) tão forte».
Machado, que acumula agora as pastas do Comércio e Serviços, lembrou que estes dois sectores representam praticamente 62 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
«Em consumo de serviços, consumo de bens e atividade turística, estamos a falar mais de metade do PIB nacional. É, por isso, uma grande responsabilidade, mas é também um grande desafio, que é impossível concretizar sem todos vocês», concluiu.
Barlavento